Homem de confiança de Orlando Silva.
BRASÍLIA - Apontado como ministro interino do Esporte após a demissão de Orlando Silva, o secretário executivo da pasta, Waldemar Souza, assinou convênios com organizações não governamentais suspeitas de irregularidades.
Filiado ao PC do B do Rio de Janeiro, Souza foi quem firmou o contrato de R$ 6,2 milhões com um sindicato de cartolas do futebol para um projeto da Copa do Mundo de 2014, conforme revelou reportagem do Estado publicada em agosto.
Confiança. Waldemar Souza faz parte da tropa do PC do B dentro do ministério. É homem de confiança do ministro Orlando Silva. Passa pelo crivo dele os principais contratos do Ministério do Esporte. Em suas entrevistas, o delator do esquema que derrubou Orlando, João Dias Ferreira, também inclui o nome de Waldemar.
O nome do secretário executivo aparece, por exemplo, na prorrogação de um convênio do Programa Segundo Tempo no valor de R$ 911 mil com o Instituto de Desenvolvimento da Criança e do Adolescente (Idec), da cidade de Novo Gama (GO).
A renovação foi publicada no dia 25 de agosto deste ano no Diário Oficial da União. A entidade é de fachada e, apesar de ter assinado o contrato em 2009, jamais executou o projeto. Após o Estado revelar o caso, o ministério anunciou que decidira cancelar o contrato.
No dia 25 de janeiro de 2011, Waldemar Souza assinou ainda um convênio de R$ 1,2 milhão com o Instituto Pró-Ação, outra entidade sob suspeita.
Conforme a reportagem mostrou na segunda-feira passada, a ONG repassou pelo menos R$ 1,3 milhão em cheques para empresas fantasmas em Valparaíso (GO). A entidade é apontada como 'modelo de gestão' pelo Ministério do Esporte.
Outro convênio. E não para por aí. Em 30 de novembro de 2010, o secretário executivo surge como responsável por um novo convênio, no valor de R$ 2,4 milhões com o Instituto Cidade, de Minas Gerais.
A entidade, que levou R$ 9 milhões nos últimos quatro anos, é ligada ao secretário de Esporte Educacional, Wadson Ribeiro.
Tem sede na cidade mineira de Juiz de Fora, cidade em que Wadson é pré-candidato a prefeito em 2012 pelo PC do B. Ele, aliás, era o antecessor de Waldemar Souza na Secretaria Executiva do ministério.
Ex-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) e também personagem de convênios suspeitos, Wadson ainda permanece no cargo.
Ele retornou em março deste ano para o Ministério do Esporte depois de perder as eleições para deputado federal em 2010. O Estado revelou na quarta-feira que o secretário recebeu R$ 33,5 mil de ajuda de custo ao voltar para o governo.
Opinião: A presidente Dilma fez uma mudança para inglês ver. Se o esquema de corrupção já vem da gestao do ministro anterior, que era do PC do B também, trocou só o ministro e deixou o partido no comando do Ministério.
E agora o interino também é acusado. Não me surpreende. A corrupção neste caso não é personalizada em uma pessoa , é na instituição.
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