Vejo com um certo temor sociológico a guerra entre policiais e parte da população paulista. A reação de grupos armados matando policiais indiscriminadamente mostra que o governo não tem o controle do que os seus homens fardados fazem com a lei durante suas rondas, suas abordagens, principalmente por vielas e ruas escuras da periferia.
A população em geral nao confia na policia. A população da periferia aprendeu a temer a policia. Quantos moradores das periferias brasileiras já nao presenciaram as diversas formas de abuso de poder, excesso de poder, desvio de poder executado por parte dos homens que deveriam defender a lei? Eu já vi morador ser espancando só porque demorou a levantar para ser revistado.
Sou contra a guerra, mas entendo como uma reação aos abusos. Condeno a guerra assim como condeno todo tipo de abuso.
Mas enquanto em SP grupos armados atiram na polícia, aqui em nossa cultura papa-chibé a postura é outra.
Sabado a noite observei uma cena curiosa se repetindo pelo menos duas vezes. Aconteceu o seguinte:
A viatura para em frente a um bar no Bairro Novo, o proprietário saí e entrega uma coca-cola dois litros e alguns copos para um dos militares. A viatura segue em frente e para no bar ao lado. Desta vez o dono do bar pede a um cliente que vá entregar a coca-cola aos policiais que a recebem e saem. Mesmo sendo mais de uma hora da manhã, mesmo o som estando alto, ninguém desceu da viatura, pediu para abaixar o som ou coisa assim.
Aí eu pensei:
- Cortesia é isso aí.
Pelo andar da carruagem, que não é cortês sofrerá?
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