Está ocorrendo um fenômeno perigoso no Brasil, e tendo reflexo no mundo virtual. Aqui, defender a democracia passou a significar, de uns tempos para cá, a defesa da liberdade de expressão para apenas um lado, o livre debate de idéias concordantes. Jamais o direito a quem pensa diferente, jamais o contraditório. Em nome do que julgam ser direitos coletivos, minorias querem calar a maioria e acabar com os direitos individuais, instalando o "fascismo do bem". E o fazem alegando defender interesses de setores perseguidos e discriminados da sociedade. Isso gera uma situação no mínimo bizarra. No Brasil, como bem resumiu o Guilherme Fiúza num artigo para a Época desta semana, ninguém é de direita. Mas, coisa curiosa, muitos se dizem oprimidos pela direita. Estranho, não?
Reforço que este fenômeno é mais nosso do que imaginamos, a blogosfera izabelense não é diferente. Quem propõe questões ao debate é retirado do "Rol dos intelectuais". Como diria um popular do bairro novo "Não que eu me importe". Minhas opiniões serão expostas, sou um homem livre, tão livre que posso utilizar minha liberdade para tudo o que eu quizer e for lícito e ético.
Todos conhecem - ou, pelo menos, deveriam conhecer - a frase de Voltaire: "Discordo de tudo que você diz, mas até a morte lutarei para que você tenha o direito a dizer o que pensa". Mas ninguém a leva a sério. Não no Brasil. Por estas bandas, todos defendem a democracia, mas ninguém a pratica. Ou a liberdade de expressão existe para os que discordam de nós mesmos ou não existe. Simples assim. Como ninguém aprende, é preciso repetir sempre essa verdade tão óbvia.
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