Só quem vive na pele o sentimento de ser invisível para a
sociedade, para o estado organizado e até para a mídia sabe o que é ser
marginalizado.
A seleção que é feita em nossa sociedade para ver quem
merece destaque, ou a forma maniqueísta
do destaque que será dado, pois enquanto uns são taxados de heróis da
sociedade, outros são os bandidos.
O Estado que abandona que não nos trata como cidadãos, que
nos exclui de ter vez e voz usando como critério nossa localização geográfica
na periferia da cidade.
Não quero aqui rivalizar com ninguém no que diz respeito ao
abandono legal, a dor da perda ou ser vitima de injustiça.
Quando um policial morre, em qualquer circunstância, ele é
automaticamente promovido a herói e ganha destaques nas capas dos jornais.
Quando um morador da periferia morre, a primeira ação dos
hipócritas preconceituosos é relacionar periferia com criminalidade, perguntar: “ele tinha passagem pela polícia”?.
Isso é ser marginal? Não, isso é ser marginalizado.
Somos marginalizados nos postos de saúde, nas escolas
sucateadas da periferia, na falta de saneamento básico;
Somos marginalizados nas oportunidades de empregos, na mídia
e na mentalidade hipócrita da classe média.
Somos marginalizados por não termos areas de lazer em bairros como SANTA LUCIA, BAIRRO NOVO HORIZONTE, JARDIM MIRAÍ, BAIRRO NOVO...e nossos jovens não podem sair na rua a noite pois são confundidos com criminosos pela policia que devia protege-los.
Somos marginalizados quando nós tornamos vitimas de todo
tipo de agressão policial, que vai desde um simples olhar atravessado, a uma
revista humilhante, as agressões físicas e psicológicas.
Somos marginalizados quando um viciado, que também é
policial militar, vai até a periferia é mata covardemente um jovem de 15 anos
de idade “Sem passagem”.
Somos marginalizados por um estado corrupto, por sua
mentalidade tacanha e até mesmo por que não conhecemos os meios de deixar a
margem social e tomar o centro, mesmo na marra, como cabe aos desfavorecidos.
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